domingo, 24 de janeiro de 2016

The Rejuvenation Strategy - por René Cailliet

Parte 1

O problema de fazer exercícios vigorosos

Não há muito tempo, passei uma tarde em uma academia na zona oeste de Los Angeles. Embora, fosse durante horário de trabalho, o local estava cheio de homens e mulheres, na maioria em seus 20 , 30 anos. Todos os equipamentos estavam um uso constante. O que eu vi, me assustou. Nenhuma delas estava se exercitando de uma maneira que não colocasse algum perigo no seu corpo. Ao passo que se esforçavam para pegar pesos, eles quase que invariavelmente arqueavam as costas, um erro absoluto, que vamos explorar mais para a frente. Muitas vezes as pessoas arremessavam os pesos, um movimento que pode danificar os discos da coluna, assim como os músculos e ligamentos. E todos eles, sem exceção, apareciam aceitar sem questão a ideia central do sagrado mandamento do movimento fitness – se não está doendo, não está fazendo efeito.

O aliado dessa noção é o mito de que a repetição de qualquer exercício, aquele que você esforça o seu abdômen para executar, é aquele que te faz mais bem. Esse mito, como tantos outros associados à escola do fitness tortura, é um monte de bobagens. A verdade é que a primeira repetição de qualquer exercício é, pelo menos, tão benéfico como o último, e bem menos perigoso. Na 1ª repetição, os seus músculos estão descansados; na última, eles estão fatigados. O alimento armazenado vai gastando e os músculos ficam com acúmulos de ácido lático, a lixo resultante das contrações anteriores. Adicione a isso a maneira em que os fisicultores (bodybuilders) se esforçam para fazer essa última repetição, e aí temos uma condição clássica de sério dano no tecido corporal.

No chão dessa academia, havia vários homens e mulheres fazendo uma série de alongamentos supostamente benéficos, meia dúzia dos quais estava fazendo mais mal do que bem. A poucos passos dali, havia um quadro demonstrando como fazer os movimentos.

Cada manhã no meu caminho para o trabalho eu passo pela praia em Santa Monica (Califórnia), onde muitas pessoas correm (o popular jogging).

Do ponto de vista ortopédico, a maioria, dos que eu observei, não poderia fazer o jogging de maneira nenhuma. Para eles, danos sérios, talvez permanente, seriam inescapáveis.

De acordo com a minha experiência, 60 a 75% dos corredores vão acabar com problemas nas costas, cintura, pés e tornozelo, ou uma combinação de dois ou mais problemas. Um caso, que eu me lembro, foi de um corredor muito bem condicionado em seus cinquenta anos, que era também um excepcional atleta, um daqueles que fazem qualquer esporte com destreza. Sua grande paixão era esquiar, ao ponto que ele havia programado uma redução gradual na sua carga de exercícios a cada ano, para que ele pudesse esquiar na Europa, América do Norte e até mesmo na América do Sul. Quando ele estava financeiramente tranquilo para realizar esse sonho, ele desenvolveu uma condição tão severa e dolorosa no joelho – muito provavelmente pela corrida – ao ponto em que ele não poderia mais esquiar. Infelizmente, até mesmo os mais avançados procedimentos cirúrgicos, os não conseguiram restaurar o seu joelho para uma condição próxima do que era antes que a corrida o tenha arruinado.

O segundo caso envolvia uma linda mulher, que se aproximava dos cinquenta anos, magra, de bom corpo, ativa e dinâmica. Quando ela veio até mim devido a um problema de joelho, pedi a ela que parasse de correr e dei a ela uma série de exercícios. Mas o dano já estava muito extenso; seu joelho não respondia. Em visitas subsequentes, ela me disse que não conseguia mais dançar e subia e descia escadas com dificuldade.

Se estas duas pessoas não tivessem se exercitado tão vigorosamente no passado, eles poderiam ter evitado o problema que possuem hoje. Ambos são extremamente inteligentes; se eles tivesse recebido o menor aviso, eles poderiam ter ido mais leve para evitar um problema permanente. Mas em ambos os casos, o dano é insidioso, oculto. Por um longo tempo, você não sente nada, nenhuma dor, desconforto. Mas, gradualmente, as partes do corpo começam a se desgastar até que, de repente, o movimento fica difícil e doloroso e aí já é tarde demais para recuperar.

Um dos maiores problemas com o exercício vigoroso é precisamente esse: você não está ciente do dano que está criando até que o tenha criado. Ao contrário, todos os sinais dizem a você que está fazendo um grande favor a seu corpo. Quando está correndo, por exemplo, você se sente muito bem. Você se sente animado, sensação que diminui as próprias sensações feitas para acionar o alarme. Essa sensação de animação é uma resposta endócrina ao exercício, na qual as glândulas adrenais aumentam e secretam a substância igual à morfina. Em casos extremos, alguns corredores inveterados ficam literalmente viciados; eles se punem e abusam dos seus corpos para se livrarem do vício e obtêm o efeito que eles não podem conseguir de outra maneira legal. A série de exercícios é seguida por um tremendo senso de bem-estar e um aumento de energia. Sua aparência é melhor também, porque as pessoas que exercitam, brilham.

Não há dúvidas de que a corrida é benéfica para o sistema cardiovascular. Mas esse benefício tem de ser ponderado contra a profunda deterioração muscular e óssea que frequentemente ocasiona.

Há pessoas com muita sorte que são capazes de correr sem danificar o corpo. Mas essas pessoas são a minoria. A maioria de nós não vai conseguir.

Você pode ter mais de 35 anos e aparentemente não ter problemas, mas muitas vezes nem os raios X conseguem identificar deterioração na parte inferior das costas ( a famosa dor lombar inferior), nas articulações da cintura, joelhos e tornozelos.

Eu destaquei a corrida, por ser um dos mais populares exercícios. Mas os problemas que vamos discutir se aplicam a qualquer forma de exercício que faz um stress não natural nas juntas e tecido.

Há muitos problemas, mas basicamente eles se resumem a apenas dois.



MAIS NA PRÓXIMA SEMANA.

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